Por água abaixo

Um terreno mal-cuidado pode perder até 200 toneladas de solo por ano!

O prejuízo não pára aí. Quanto mais terra a erosão levar, mais raso ficará o solo, pois embaixo dele existe a "rocha mãe" que lhe deu origem. As raízes terão menos espaço para crescer e buscar alimentos. Além disso, solo raso guarda pouca água, e as culturas sentirão mais os efeitos da seca; ou. quando as chuvas forem muito fortes, a água logo encontrará a rocha e, não tendo como penetrar, encharcará o terreno.Para se formar de novo a camada de alguns centímetros levada pela erosão, serão necessários 1OOO anos, aproximadamente. Portanto, todo esforço deve ser feito para conservar o solo. Para isso, deve-se, em primeiro lugar, saber como ela ocorre.Encontrando o terreno desprotegido, a chuva e o vento podem provocar erosão. Não é a quantidade de chuva que cai em determinado período que causa o estrago: este depende de três fatores: intensidade, duração e freqüência da chuva. Por exemplo, em um mês chove 300 milímetros (intensidade): se essa quantidade cair toda em três dias (freqüência), o impacto no solo será muito maior do que se a chuva cair em vinte dias. Além disso, 100 milímetros de chuva podem cair em 24 horas ou em 1 hora (duração): quanto menor o tempo, maior o estrago para a mesma quantidade de chuva. E mais: se os intervalos entre as chuvas forem pequenos, o solo não terá tempo de secar e absorver toda a água, que poderá escorrer sobre a superfície e provocar erosão.

As patas dos animais que escorregam no pasto, também tiram esta camada protetora do solo deixando-o muito liso e impedindo a entrada da água. Afofe este pedaço e cubra com palha, para que as raízes voltem a perfurar a terra.

Bilhões de gotas de chuva caem no terreno: se ele estiver sem a capa protetora da vegetação, as gotas baterão diretamente no solo e soltarão suas partículas superficiais, que serão facilmente arrastadas pela água que escorrer. Portanto, para evitar o começo da erosão, é preciso manter unidas as partículas da superfície do terreno; isso se consegue com a cobertura do solo pela vegetação ou pela palha Um solo está coberto quando tem vegetação ou palha sobre ele. A vegetação deve ser suficientemente densa ("fechada") para protegê-lo do impacto das gotas de chuva — pastagens bem manejadas fecham e protegem o terreno, enquanto um pomar de frutas, cujo chão é excessivamente capinado, deixam muitos claros. As plantas fazem mais — dividem as gotas de chuva em muitas gotículas, mais leves e de menor impacto; além disso, suas raízes abrem poros, fornecem ao solo matéria orgânica, pela decomposição contínua delas mesmas e das folhas, o que melhora a estrutura do terreno, facilita a infiltração da água e forma barreiras contra a enxurrada e o vento

é preciso protejer o solo seco das águas de março

A quantidade de terra levada pela água depende da velocidade com que ela corre sobre a superfície, quanto maior a inclinação e o espaço que a água tem para correr, maior a sua velocidade. A coisa é tão séria que, se a velocidade da água duplicar, a quantidade de terra levada por ela aumentará 32 vezes, e o tamanho das partículas de solo que podem ser arrastadas aumentará 64 vezes.

Tipos de terra

A textura é determinada pela quantidade de areia e de argila no terreno: mais argila, textura fina: mais areia, textura grossa. Em princípio, solos argilosos têm a superfície formada por partículas unidas, e resistem melhor à erosão que os arenosos, cujas partículas são mais soltas. Mas os terrenos argilosos têm menos poros que os arenosos, e a água encontra mais dificuldade para se infiltrar, formando enxurradas. Não é um fator isolado que torna um terreno mais ou menos sujeito à erosão, mas um conjunto.

A erosão causada pela chuva em terreno desprotegido pode aparecer em três formas: laminar, sulcos e voçorocas. Geralmente, ela evolui da primeira forma para a segunda, podendo chegar até o estágio mais grave, as voçorocas, que são valetas profundas.

Vimos que a erosão começa com a desagregação das partículas da superfície pelas gotas da chuva, quando o solo se encontra descoberto. Depois, se a água escorrer pela superfície, uma lâmina de terra será levada, é a erosão laminar, perigosa porque é difícil de ser percebida; o agricultor não vê nenhum sulco e acha que não há erosão. Mas, se observar bem, perceberá os sinais da erosão laminar: o chão torna-se cada vez mais claro, as raízes das árvores passam a ficar expostas (por aí dá para medir a espessura da lâmina de terra arrastada), as colheitas rendem menos no terreno e pequenos sulcos aparecem.

Se não forem tomadas providências para deter a água que escorre, esses pequenos sulcos aumentarão de tamanho, porque lá se formarão correntes de água cada vez maiores — as enxurradas. Nesse momento, o agricultor vê a erosão — mas já perdeu muita terra, nutrientes e dinheiro. Se os sulcos não forem desfeitos e não se criarem condições para a água se infiltrar ou ser barrada, poderão transformar-se em voçorocas, e aquela porção   de terra   ficará  inutilizada.  

Mesmo   assim, é possível deter esse    processo.

 

Cubra a terra para  ela não secar, morrer e partir.

FOLHAS   que caem

Não tem mais jeito, temos que nos conscientizar que queimar  produz calor, e calor não é bom. A fumaça além de perigosa para saúde, é também muito poluidora. As cinzas são boas, mas o calor mata os microorganismos do sub-solo. Temos que achar outras soluções para as nossas queridas folhas que caem. A primeira solução é preencher os sulcos e degraus que a água faz na terra, preenchendo as valetas com a palha. Quando a água escorrer a palha vai segurar a terra que vem com ela e assim preencher as valetas aos poucos. Outra solução é manter as folhas protegendo raízes do sol quente e a falta de água do inverno. Podemos ainda usar  como adubo simples na base das árvores ou produzir composto.

Peça pela caixa postal  81 um guia completo de como produzir composto.

 

O restos orgânicos e a água da casa vão direto para a horta. A água da chuva deve ser desviada da estrada e vai direto para o pomar ou redistribuída nas plantações e pasto, evitando as enxurradas. Os restos de fruta do chão, os restos da horta, as folhas caídas vão direto para a compostagem. O resto da cana e milho cobrem o solo evitando que a terra seque e escorra, e também que o mato cresça. Tudo está direcionado para baixo, facilitando o serviço.

 

O prepare o solo distribuindo esterco de curral ou outra matéria orgânica. Revolva o solo por no mínimo 30 cm de profundidade. A seguir, será realizado o destorroamento do terreno. Tudo isso deve ser feito no outono, depois de uma chuva. O terreno deve descansar até o inverno para que novamente sejam feitas estas operações, porém incorporando ao invés de esterco, adubos minerais, potássicos, fosfatados e calcário. Faça as valas e prepare o sistema de irrigação. Mantenha tudo coberto com um pouco de palha    . e espere até as chuvas para plantar.

 

E os barrancos?

Geralmente quando uma barreira cai, o barranco fica em formato de “c”. Isto é, a parte de cima é maior que a parte do meio. Este “topete” na beira do barranco vai cair e continuar o processo. É preciso “aparar o topete” deixando o topo do barranco um pouco arredondado. Mais ainda se a casa for embaixo do barranco faça uma pequena valeta para desviar a a água. No final desta valeta, se houver espaço, redistribua esta água pelo pasto. Água espalhada não faz enxurrada. Preste atenção no que está acontecendo com os finais das canaletas ao lado das estradas. Saídas de manilhas podem causar estragos se acumularem água demais.Faça pequenos filtros de palha na canaleta, de preferência aonde aparecerem degraus, para ter certeza que a água que está indo para o rio esteja limpa e não barrenta.